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Foto do escritorMárcia Oliveira

Série: “Nas Pegadas dos Bantos” Episódio 1: As Imigrações Bantas e Suas Origens

Bem-vindos ao primeiro episódio da nossa série "Nas Pegadas dos Bantos" em que mergulhamos na fascinante história dos povos bantos e em sua rica tapeçaria de línguas tecidas ao longo dos séculos. Hoje, exploramos as origens das migrações bantas, um dos movimentos populacionais mais significativos da história africana e do mundo.

 

A Jornada Começa

Imagine-se na vasta e vibrante região da África Central, por volta de 3000 a.C., onde os primeiros grupos bantos começaram sua incrível jornada. Partindo das terras que hoje conhecemos como Camarões e Nigéria, esses povos não apenas se deslocaram por milhares de quilômetros, mas também transformaram cada pedaço de terra por onde passaram. Observe as Figuras A e B a seguir:

 

Figuras A e B


Fonte: Fehn, Amorim, Jorge (2022: 248)

 

Figura A - essa figura representa a distribuição do tronco linguístico Níger Congo: (1) Área ‘marrom’ - representa as áreas linguísticas não bantas. (2) Área ‘vermelha’ -  área oeste banta. (3) Área ‘laranja’ - área leste banta. A estrela indica a origem aproximada da expansão banta: a região sul da atual Nigéria e norte do atual Camarões (FEHN, AMORIM, JORGE, 2022, p. 248).

 

Figura B - esquema representativo das principais rotas de migrações bantas baseados em dados linguísticos analisados em um modelo filogeográfico (FEHN, AMORIM, JORGE, 2022, p. 248).

 

Um Movimento Multifacetado

Como representado na Figura B, as migrações bantas não foram lineares. Em vez disso, ocorreram em ondas ao longo de milhares de anos, em um processo gradual e multifacetado. À medida que se deslocavam para o sul e leste, as populações bantas entraram na região do Congo e, posteriormente, se espalharam pelo sul e leste da África. Durante essa jornada, esses povos interagiram com as populações locais, absorvendo e misturando culturas, o que resultou em uma diversificação cultural e linguística significativa.

 

Motivados pela Inovação

O que motivou essas migrações? Pesquisas sugerem que a adoção de novas tecnologias, como a metalurgia do ferro e técnicas agrícolas avançadas, desempenhou um papel crucial. Essas inovações permitiram que os bantos cultivassem uma variedade maior de plantas e criassem animais de forma mais eficiente, aumentando sua capacidade de sustentar populações maiores. Com essas ferramentas em mãos, eles estavam prontos para explorar novas terras.

 

Figura 2















Conclusão

A história das migrações bantas é uma narrativa de inovação, adaptação e transformação. Ao longo dos próximos episódios, continuaremos a explorar como esse movimento populacional moldou não apenas a demografia, mas também a paisagem cultural da África subsaariana, influenciando as dinâmicas sociais, políticas e econômicas até hoje.

 

Fique conosco enquanto continuamos a desvendar as histórias dos povos bantos e suas línguas, mergulhando mais fundo em suas contribuições para o mundo moderno. Até o próximo episódio!

 

Para Saber Mais:

 

Fehn, A. M., Amorim, B., & Rocha, J. (2022). The linguistic and genetic landscape of southern Africa. Journal of Anthropological Sciences, 100, 243-265.

 

Patin, E., Lopez, M., Grollemund, R., Verdu, P., Harmant, C., Quach, H., Laval, G., Perry, G. H., Barreiro, L. B., Froment, A., Heyer, E., Massougbodji, A., Fortes-Lima, C., Migot-Nabias, F., Bellis, G., Dugoujon, M., Pereira, J. B., Fernandes, V., Pereira, L., & Quintana-Murci, L. (2017). Dispersals and genetic adaptation of Bantu-speaking populations in Africa and North America. Science. https://doi.org/10.1126/science.aal1988


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